quarta-feira, 9 de março de 2011

DECEPÇÃO DE UM POETA

Às vezes penso que a vida, por mais maravilhosa que tenha sido antes da eternidade, é um abismo de decepção. Às vezes até as palavras, em suas profundas intenções, me decepcionam, assim como as flores cientes do curto período de suas existências. Decepcionei-me na intenção de ser – ou tentar ser – amigo de alguém. Sabe, as ondas do mar quando morrem na areia decepcionam-se com os grãos de areia, que encharcam-se de decepção com a própria onda. Longos percursos que nascem e morrem na praia.
Imagino a decepção do Criador com sua própria criação, mesmo que esse sentimento seja meio artificial de sua parte. Nunca deixei que a mágoa penetrasse nas profundezas do meu coração. Não se preocupe, não mudarei meu modo de ser. Nem repensar minha lealdade com as pessoas às quais considero amigas. Espero que você não se decepcione como fui decepcionado. Quanto a mim, não se preocupe: vou saber levar tudo à graça de Deus. Faço-te apenas um pedido: não faça de poucos muitos, nem de nada tudo. Pois o tudo é muito amplo para ser considerado como nada, o pouco é minúsculo somado com todas as decepções da vida.


Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.

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