quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Refletindo a base do filme As Sessões.

Este material cenográfico trás em sua temporalidade o tema central pelo qual vem sendo debatido - de forma ainda muito ''tímida'' - na atualidade. O filme nos mostra a ousadia de um deficiente que com todos seus conflitos internos e externos, assim como as barreiras físicas e ideológicas. Corajosamente ele sai em busca de algo que lhe era desconhecido: a capacidade de amar e ser amado, a capacidade de fazer sexo no seu sentido mais profano e romântico.
A grande problemática dessa descoberta, situa-se no universo dos conceitos culturalmente constituído e concebido apartir de normas de padrão de normatização, tudo que não se enquadra dentro dela é anormal e desconsiderado é tido como incapaz de fazer parte da normalidade. E essa visão gera estigma – negativação do ser apartir da sua anormalidade – e a internalização deste estigma gera o preconceito – que é um prejulgamento daquilo que se ver no externo desconsiderando o interno – que tende a normalizar o anormal ou a eliminá-lo. Como nos normalizar?
Sexo e o sentir prazer, para além de ser vida e ser inerente ao ser vivo racional e irracional. É uma das formas de ser e existir no mundo, é também uma forma – e no nosso caso deficiente – de nos incluir neste mundo do qual pertencemos e fazemos parte. É de igual modo, gritarmos: também tenho direito de viver, sentir e ser sentido – amar e ser amado – por mais diferente que sejamos.
Mas para isso, temos que ter a ousadia que Mark O'Brien (John Hawkes) teve e, quebrarmos em nós mesmos as barreiras que nos impede de mostrarmos que somos gente que respiramos o ar do desejo. Temos que sair da superproteção da família e assumirmos nossas condições humana e gritar EU QUERO SEXO ou EU QUERO FAZER AMOR. Mas temos que ter consciência de que vamos enfrentar o desafio de fazer sermos visto e aceito como deficiente e que queremos ser amado como somos.
A família é o nosso obstáculo mais doloroso. Pois já nos cristalizaram nas suas psiques sob o preceito ideológico, todo um conceito de que temos que ser preservados para uma vida santa e incapaz de expressamos nossos desejos carnais por uma mulher ou homem, sendo deficiente ou normal. Então que quebramos estes tabus, que neste tempo propicio em que a liberdade de existir na sociedade assim como nossos irmãos de lutas os homossexuais, que também sofrem com preconceito.
Eu estou tendo essa ousadia de O’Briem de enfrentar tudo para me libertar, pois a ideia deste texto é para que nos ajudemos uns aos outros.Concordando ou não concordando respeitosamente com os pontos de vistas dos que os leem. Mas de nos dar a liberdade de gritarmos: SOU DEFICIENTE SIM – CADEIRANTE OU NÃO - MAS SABEMOS AMAR E FAZER SEXO.
Autor: Joabe Tavares de Souza - Joabe o Poeta.


Nenhum comentário:

Postar um comentário