segunda-feira, 31 de agosto de 2020

As minhas rimas

 Aqui as minhas rimas,

Não as separo sem sina.

Nem as defino em silabas,

É no sentir que a atina.


Assim sem esquema,

Dou vida a rima.

Faço delas cama,

No fogo que queima.


Ainda que elas sejam brancas,

Minhas rimas são ricas.

Nelas eu deixo minhas broncas,

Vou deixando as dicas.


Aqui essa minha poética,

Vai aos poucos se definindo.

Na minha rima estética,

E seu espaço vai assumindo.


Assim as coisas são ditas,

Nas entrelinhas em rimas.

Sem as tornarem suspeitas,

Nas direções que se rumas.


Ainda que as vezes as palavras,

Parecem perdidas antes e depois.

Mas as virgulas situam as rimas,

No sentindo que só se ver depois.


Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.




segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Bem devagar

 

Tudo bem devagar,

O coração bate no peito.

Quase quer parar,

Ai já não tem mais jeito.

 

Nesta vontade de amar,

Neste lindo trejeito.

Nesta loucura a chamar,

No grito, eu ajeito.

 

Fico calado a olhar,

A menina sair.

Brincando a rodar,

No tempo a sumir.

 

Ai espero a lua chegar,

Para ver aquela estrela sorrir.

Logo vem me abraçar,

O sono a me fazer aqui dormir.

 

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Chuva de primavera

 

Óoh chuvinha que vem umedecer a primava...

Lavando das folhas das árvores a ilusão,

E o peso da poeira que se acumulou no verão.

 

Aliviando as dores das paixões que não se viveu...

E os ipês com os seus coloridos forram o chão

Dando aos poetas alimento a sua inspiração.

 

Óoh frescor do nevoeiro embaçado deste amanhecer...

Lubrifica o solo nesta lenta solidez da sua petrificação,

Deixando aos amantes no momento a nostálgica emoção.

 

Trazendo a aflorar nas flores os seus atraentes perfumes.

Exalando no ar a matéria prima da prazerosa sensação,

Combinando compassadamente o tum tum do coração.

 

Autor: Joabe Tavares de Souza - Joabe o Poeta.



segunda-feira, 3 de agosto de 2020

A pena

A pena com a qual te escrevo,

Que deste peito sente pena.

Pena deste teu eu fiel escravo,

Que te declama em pena.

 

A pena que o tempo nos traz,

Nas raivas que sinto com pena.

Pena de, não conseguir ser sagaz,

Na trágica loucura de sentir pena.

 

A pena que dar pena,

Na pena de descrever.

A dor que causa pena.

Nesta pena de perder.

 

A pena que sufoca o meu peito,

De um amor que não teve pena.

Agora de tanto penar eu rejeito,

Para não me ferir com sua pena.

 

A pena com o seu trejeito,

Desliza na linha da pena.

A pena caminha sem jeito,

Evidencia a palavra pena.

 

A pena que molho no tinteiro,

Escrevo com a mesma pena.

A pena que o faz por inteiro,

Este meu poema sem pena.

 

A pena que eu não quero sentir,

Daquilo que só provoca pena.

A pena que acabo de descobrir,

De nada nem se quer ter pena.

 

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.