segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Neste peito

 Neste peito existe uma bomba,

Que bombeia grandes paixões.

Como voa livre uma pomba,

Vivendo as grandes conexões.


Neste peito tem um oceano,

De desejo e amor.

Este peito é assim cigano,

Não tem pudor.


Neste peito existe um lindo lugar,

Onde os sonhos se encontram.

Onde compartilham histórias de amar,

Onde todos vêm e logo entram.


Neste peito tem uma fonte,

De bondade e alegria.

Sob um pilar muito forte,

Da verdade e sabedoria.


Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Feliz Natal

 Feliz Natal,

Para quem tem fome.

Que a sua fasta mesa,

Seja a doce esperança.


Feliz Natal,

Para quem não tem teto.

Que o Céu azul e estrelado,

Seja o seu abrigo de ouro.


Feliz Natal,

Para quem está a chorar.

Que a lua brilhante e cheia,

Seja o seu esperado ombro.


Feliz Natal,

Para quem não tem afeto.

Que as estrelas cintilantes,

Seja o seu abraço amigo.


Feliz Natal,

Para quem vive esquecido.

Que a noite mesmo escura,

Seja a sua fiel companheira.


Feliz Natal,

Para quem muito tem,

Que saibam a dadiva,

Que é o compartilhar.


Feliz Natal,

Para quem está por ai tão só.

Que a solidão te deixa em paz,

Que sinta a presença do pai.


Feliz Natal,

Meu caro e rico leitor.

Que você assim entenda,

Que doar é ato de amar.


Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

O nosso encontro

 Foi muito bem planejado,

Tal qual um presente.

Aconteceu no inesperado,

Como um principiante.


Foi assim sem explicação,

Quando vi, já estava aqui.

Foi a mais gostosa emoção,

Que eu já pude sentir.


Aquele olhar que busquei,

Veio de muito longe.

Mas o beijo que desejei,

Ficou inadimplente.


Foi tão breve momento,

Que os minutos voaram.

Tudo ao mesmo tempo,

Ali logo se encontraram.


Mas foram intensos,

Os nossos olhares.

Capitamos os segundos.

Em todas as vontades.

Lemos um ao outro,

No silencio dos instantes.

Neste nosso encontro,

Nos atos disfarçamentes.


Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Aldravia de 30 – Eu sinto

 Eu sinto


Eu

Sinto

Falta

De

Você

Amor

Da

Minha

Louca

Vida.


Sinto

Saudade

Do

Seu

Cheiro

Razão

Deste

Meu

Doido

Viver.


Eu

Sinto

Sua

Respiração

Ofegante

Quando

Teu

Corpo

Suado

Toca-me.


Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Sou Negro ou sou Branco

 A minha pele é negra,

Mas meu sangue é branco.

A minha vida é negra,

Mas meu mundo é branco.


A minha consciência é negra,

Mas a minha vivencia é branca.

A minha dor sempre será negra,

Mas a minha luta será branca.


O meu pensar pode ser negro,

Mas a minha busca será branca.

O meu discurso pode ser negro,

Mas a minha briga será branca.


A minha palavra pode ser branca

Mas o seu sentido será negro.

A minha sapiência pode ser branca,

Mas o meu agir é e será negro.


Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



terça-feira, 24 de novembro de 2020

É pequena

 A vida é pequena,

Quando a vontade de viver for imensa.

O viver é pequeno,

Quando não se entende a grandeza da vida.


O tempo é pequeno,

Quando a importância de ser não for entendida.

O ser é pequeno,

Quando vive na ilusória grandeza da banalidade.


O existir é pequeno,

Quando se faz de cada desejo um lugar de nada.

O desejo é pequeno,

Quando os sonhos são esquecidos pela estrada.


O sonho é pequeno,

Quando não for plenamente o bastante para ser realizado.

O real é pequeno,

Quando a sua dimensão não alcança o objetivo da vida.


A insistência é pequena,

Quando o sentido nela for quase nulo ou insignificante.

A força de viver é pequena,

Quando todas as fraquezas forem sutilmente escondidas.


Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



terça-feira, 17 de novembro de 2020

Estranha

 Você está estranha,

Como fogo em lenha.

Está cheia de manha,

Como isso se assanha.


Você é feita aranha,

Na sua teia nos embrenha.

Para com garra e unha,

Prender sem medo e resenha.


Você sabe que ganha,

Não precisa de senha.

Meu peito já apanha,

Na pendenga penha.


Você já chama, venha!

Me pondo logo na linha.

Para que eu a ti, tenha.

Antes você já me tinha.


Você logo se empenha,

Em me domar, boazinha.

Pois já sou eu azenha,

Desta linda danadinha.


Você sendo estranha,

Já logo me atenha.

Seu jeito me maranha,

Em ti me mantenha.


Você é uma façanha,

Nesta vida minha.

Pois com artimanha,

Já me adivinha.


Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



terça-feira, 10 de novembro de 2020

Aonde eu estou?

Estou sei lá, quem sabe por aí perdido.

Estou talvez, num banco qualquer de uma praça.

Estou a ver, os astros sem sentido.

Estou na ternura de uma dama, meio sem graça.


Estou quem sabe, por aí caído.

Estou numa grama qualquer de um pedaço.

Estou talvez a plantear calado.

Estou vai ver, contando estrelas no espaço.


Estou a sofrer em silencio por um amor perdido.

Estou a gastar lágrimas, ao nada, ao léu.

Estou a relutar por este amor ingrato e bandido.

Estou a comtemplar sozinho o vasto Céu.


Estou quem sabe, por alguém aqui esperando.

Estou talvez, no calor do colo de uma profana.

Estou já a pensar que não estou sonhando.

Estou a querer dormir no colo daquela insana.


Estou num quarto qualquer numa cama,

Estou a esperar a mulher que ama.

Estou a ouvir uma voz que já me chama,

Estou naquele fogo que queima.


Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



domingo, 1 de novembro de 2020

Às vezes

 


As vezes não basta ter,

Mas é preciso antes ser...

É... Não basta só querer,

Antes é preciso entender...


As vezes precisamos fazer,

Para produzir já o crer...

É... Não é só o querer,

Temos também sentir e viver...


As vezes não basta escolher,

Mas é preciso antes de tudo esclarecer...

É... Não é somente colher,

Antes tem que plantar para ver crescer...


As vezes não basta esquecer,

Mas é preciso dominar a arte do esconder...

É... Não se trata de endurecer,

Mas de simplesmente saber logo se defender...


Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



domingo, 25 de outubro de 2020

A fumaça da ganancia

 A fumaça inesperada que nos acordam do nada,

Furta o ar pela madrugada dos nossos pulmões.

Por conta do ego desmata e mata nas queimadas,

Na conta ficam a títulos guardados os milhões.


A massa que nos hospitais sem ar morrem,

Com a vida pagam, os brindar da corrupção.

Na festa chega dessa imunda politicagem,

Tudo não passa somente de mera perseguição.


E as matas morrem,

E os ricos ganham.

E os bichos morrem,

E os ricos ganham.


A fauna sem ter para onde ir agoniza,

Vai lentamente sendo consumida pelas labaredas.

Restando tão somente no solo as cinzas,

E os latifundiários se escondem nas suas torradas.


A flora se evapora enfumaçando a nossa cidade,

Sendo destruída as cores e os perfumes das matas.

Escondendo os barões o seu orgulho em maldade,

Não se importando com as vidas, mas com as metas.


E os bichos morrem,

E a besta homem rir.

E os arvoredos morrem,

E a besta homem rir.


A terra geme cuspindo o fogo que a queima,

Destruindo do seu seio a vida que logo brotaria.

Mas a ganancia fora tamanha que a esgrima,

Deixando o que antes era belo, triste sem alegria.


A chuva é cessada com a não produção da fotossíntese,

Com a evaporação da umidade formando nuvem carregada.

Mas com o fogo destruindo o nosso cintilante verde,

Só nos resta sofrer as consequências da vida aí devastada.


E os rios logo secam,

E os covardes forjem.

E os peixes acabam,

E os covardes fingem.


As etnias indígenas que dependem da flora e fauna,

Sofrem com essa devastação provocada pelos egoístas.

Pois é destes dois componentes do nosso rico bioma,

Que os indígenas sobrevivem e mantem suas culturas.


A ganancia humana é o pior de todos os venenos,

Pois ela mata tanto imediatamente como lentamente.

Tudo pela ilusória fortuna, desfaz os feitos de anos,

Mas, um dia os que provocam este mal de si lamente


Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 19 de outubro de 2020

A chuva vai caindo

 A chuva vai caindo,

O coração chorando.

O Sono vai surgindo,

Os olhos se fechando.


Vai a chuva caindo,

O pensar adormecendo.

O corpo se diluindo,

Na madrugada cedendo.


A chuva vai tinindo,

As horas vão passando.

O calor vai sumindo,

O clima se refrescando.


Vai a chuva se indo,

O dia logo chegando.

O sol já vem vindo,

A lua se aconchegando.


Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Corderlando

 O amigo que abriu a porta,

És das letras um vil relicário.

Sei que muito se importa,

Com as regras do dicionário.

Porém, é por linha torta,

Em pequeno sutil falatório.

Que a vida se desentorta,

Com todo nosso comentário.

 

Mas eu em rimas ou não,

A minha sorte vou gritando.

Segurando aqui na mão,

Dos que logo vem chegando.

Aqui não cobro erudição,

Para que ficar aí, chocando.

É melhor o ajudar irmão,

A sair por aí, se cutucando.

 

Mas a preocupação eu entendo,

Sei que precisamos evoluir.

Porém, não nascemos sabendo,

Deixe o sentir aqui fluir.

Vamos a história escrevendo,

Sem nos permitir diluir.

Vamos em versos crescendo,

Produzindo já o influir.

 

Deixe que cada um exista,

Nas virgulas ou nas rimas.

Deixe que a palavra persista,

Nas retinas ás suas formas.

Deixe que o poeta resista,

Assim na arte eles se firmas.

Deixe que vivo se recita,

No amor a vida nas estimas.

 

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



domingo, 4 de outubro de 2020

A falta

 O que é fazer falta?


Fazer falta.

É ter a certeza que para alguém,

Você importa.

A todos e qualquer instante que tem.


O que é sentir falta? 

Sentir falta.

É destinar a todo tempo que se tem,

Que te resta.

Com pensamento de querer se bem.

 

O que é viver a falta?

 

Viver a falta,

É ficar inquieto querendo estar perto.

Ah essa falta,

É loucura é verdade no peito o aperto.

 

O que é chorar com falta?

 

Chorar com falta,

É deixar se derramar a ausência.

Na saudade nata,

Molhando de lágrimas a carência.


Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 28 de setembro de 2020

As ironias

Eu gosto de tu,

E tu gosta de outro.

Eu só vejo tu,

E tu só ver o outro.

 

Você me despreza,

Por causa deles.

E eu a elas desprezo,

Por causa de você.

 

Enquanto só penso em ti,

Seus pensamentos são deles.

Enquanto só grito por ti,

Sua voz, chamam por eles.

 

O meu desejo arde e quer só você,

Mas a sua vontade são eles.

Elas me gritam quando quero você,

Mas a sua realidade são eles.

 

Dedico os meus versos somente a ti,

Porém, seus dias são deles.

Meus cantos de amor só são por ti.

Mas por ironias você é deles.

 

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.




segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Meu dedão do pé esquerdo

 O dedão do meu pé esquerdo


Ele é a minha voz na arte de escrever,

Ele é as minhas asas neste Céu obscuro.

Ele é a minha forma mais viva de ser,

Ele é a minha arte neste quadro escuro.


Com o dedão do meu pé esquerdo


Eu aqui e acolá é que me insiro,

Eu com raciocino me posiciono.

Eu faço não tudo, mas me viro,

Eu vou construindo meu destino.


O dedão do meu pé esquerdo


Ele nessa minha existência me revela,

Ele nessa vida não me exclui dela.

Ele na minha força de viver é passarela,

Ele nas lutas por ser me faz dela.


Com o dedão do meu pé esquerdo


Eu posso ser neste mundo trancado livre,

Eu vou apesar dos externados egos alheios existindo.

Eu busco o meu lugar neste universo pobre,

Eu vou letra por letra com o meu dedão já digitando.


Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Aldravia de 10 - Eu

Eu

 

Sempre,

Vou.

Não,

Desisto.

Vou...

Nada,

Impede.

Quando,

Tudo.

Quero...

 

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Corra

Corra,

Corra de mim ai meu bem.

Corra,

Corra que eu vou também.

 

Corra,

Corra vá e pode seguir em paz.

Corra,

Corra pois amar não foi capaz.

 

Corra,

Corra e vá logo embora.

Corra,

Corra deixe aqui agora.

 

Corra,

Corra desejo-te, encontre seu caminho.

Corra,

Corra que agora perdesse meu carinho.

 

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 31 de agosto de 2020

As minhas rimas

 Aqui as minhas rimas,

Não as separo sem sina.

Nem as defino em silabas,

É no sentir que a atina.


Assim sem esquema,

Dou vida a rima.

Faço delas cama,

No fogo que queima.


Ainda que elas sejam brancas,

Minhas rimas são ricas.

Nelas eu deixo minhas broncas,

Vou deixando as dicas.


Aqui essa minha poética,

Vai aos poucos se definindo.

Na minha rima estética,

E seu espaço vai assumindo.


Assim as coisas são ditas,

Nas entrelinhas em rimas.

Sem as tornarem suspeitas,

Nas direções que se rumas.


Ainda que as vezes as palavras,

Parecem perdidas antes e depois.

Mas as virgulas situam as rimas,

No sentindo que só se ver depois.


Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.




segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Bem devagar

 

Tudo bem devagar,

O coração bate no peito.

Quase quer parar,

Ai já não tem mais jeito.

 

Nesta vontade de amar,

Neste lindo trejeito.

Nesta loucura a chamar,

No grito, eu ajeito.

 

Fico calado a olhar,

A menina sair.

Brincando a rodar,

No tempo a sumir.

 

Ai espero a lua chegar,

Para ver aquela estrela sorrir.

Logo vem me abraçar,

O sono a me fazer aqui dormir.

 

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Chuva de primavera

 

Óoh chuvinha que vem umedecer a primava...

Lavando das folhas das árvores a ilusão,

E o peso da poeira que se acumulou no verão.

 

Aliviando as dores das paixões que não se viveu...

E os ipês com os seus coloridos forram o chão

Dando aos poetas alimento a sua inspiração.

 

Óoh frescor do nevoeiro embaçado deste amanhecer...

Lubrifica o solo nesta lenta solidez da sua petrificação,

Deixando aos amantes no momento a nostálgica emoção.

 

Trazendo a aflorar nas flores os seus atraentes perfumes.

Exalando no ar a matéria prima da prazerosa sensação,

Combinando compassadamente o tum tum do coração.

 

Autor: Joabe Tavares de Souza - Joabe o Poeta.



segunda-feira, 3 de agosto de 2020

A pena

A pena com a qual te escrevo,

Que deste peito sente pena.

Pena deste teu eu fiel escravo,

Que te declama em pena.

 

A pena que o tempo nos traz,

Nas raivas que sinto com pena.

Pena de, não conseguir ser sagaz,

Na trágica loucura de sentir pena.

 

A pena que dar pena,

Na pena de descrever.

A dor que causa pena.

Nesta pena de perder.

 

A pena que sufoca o meu peito,

De um amor que não teve pena.

Agora de tanto penar eu rejeito,

Para não me ferir com sua pena.

 

A pena com o seu trejeito,

Desliza na linha da pena.

A pena caminha sem jeito,

Evidencia a palavra pena.

 

A pena que molho no tinteiro,

Escrevo com a mesma pena.

A pena que o faz por inteiro,

Este meu poema sem pena.

 

A pena que eu não quero sentir,

Daquilo que só provoca pena.

A pena que acabo de descobrir,

De nada nem se quer ter pena.

 

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 27 de julho de 2020

A ti


Quero para ti,
Só o seu bem.
Quero para ti,
Tudo de bem.

Dou para ti,
O que tenho.
Dou para ti,
Meu carinho.

Faço para ti,
O que me pedir.
Faço para ti,
O que lhe servir.

Desejo a ti,
Todo o amor.
Desejo a ti,
Tudo em flor.

Falo para ti,
Que a quero.
Falo para ti,
Que a espero.

Serei para ti,
O meu melhor.
Serei para ti,
O seu protetor.

Tudo para ti,
Será pouco.
Tudo para ti,
Será louco.

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 20 de julho de 2020

Efeito


O mundo não é feito de algodão,
A roda gira para onde há direção.
O pássaro não conhece o alçapão,
Por isso é pego na vil traição.

A humanidade vive de paixão,
Diz ter a sonhada compaixão.
Mas o ego é mais que a razão,
Tudo vai indo na sua contramão.

O existir não é uma caixa de papelão,
Nem assim se trata um coração.
Nada faz sentido quebrado no chão,
Fruto da insolente ingratidão.

A vida não é um carrinho de mão,
Que anda de empurrão em empurrão.
Ela é muito mais que a imensidão,
No respeito e na voraz compreensão.

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 13 de julho de 2020

Enganos e desenganos


Nestes enganos e desenganos,
Onde o meu ser se faz profano.
De desenganos em enganos.

Nestes desenganos e enganos,
Onde me vejo assim tão pequeno.
De profano em profano.

Nestes enganos e desenganos,
Onde não passo de um fulano.
De desenganos em enganos.

Nestes desenganos e enganos,
Onde não passo de um bichano.
De fulano em fulano.

Nestes enganos e desenganos,
Onde levo uma vida de cigano.
De enganos em desenganos.

Nestes desenganos e enganos,
Onde jamais serei um tirano.
De cigano em cigano.

Nestes enganos e desenganos,
Onde não passa de um alucino.
De desenganos em enganos.

Neste desenganos e enganos,
Onde só se ver grande afano.
De tirano em tirano.

Nestes enganos e desenganos,
Onde me verem como um lusitano.
De enganos em desenganos.

Nestes desenganos e enganos,
Onde pode-se ser um insano.
De alucino em alucino.

Nestes enganos e desenganos,
Onde só pode ser um ufano.
De desenganos em enganos.

Nestes desenganos e enganos,
Onde se parece ser um troiano.
De insano em insano.

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 6 de julho de 2020

Naquela hora


Naquela hora,
Nossos olhares se uniram.
Naquela hora,
Nossos desejos se fundiram.

Naquela hora,
No Céu as estrelas festejantes se fizeram.
Naquela hora,
No lençol em prazer os suores pingaram.

Naquela hora,
Nós descobrimos a porta para o paraíso.
Naquela hora,
Nós tivermos tudo o que nos fosse preciso.

Naquela hora,
Tudo entre nós se fez belo e perfeito.
Naquela hora,
Tudo foi muito mais que rarefeito.

Naquela hora,
A noite se fez longa e envolvente.
Naquela hora,
A cama se fez húmida e quente.

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 29 de junho de 2020

Cartas guardadas


Já estão amareladas,
Com as folhas marcadas.
Guardam saudades fingidas,
Nas linhas quais foras tingidas.

Guardam histórias escritas,
Com os dançar das canetas.
Quase que deslizas ingratas,
Com as dores quais arrematas.

Estão pelo tempo surradas,
Ali na gaveta já esquecidas.
No peso do passado amassadas,
As cartas que foram dedicadas.

Cartas que guardam serenatas,
Até hoje sem nenhumas notas.
Parecem como algumas atas,
De grandes paixões escritas.

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 15 de junho de 2020

Na madrugada


A madrugada se aproxima,
Na porta, ela já me espera.
A rabisco na minha rima,
Essa paixão já me devora.

No calor da nossa cama,
Ela se transmuta em fera.
Na poesia tem enigma,
Ela já sabe e me explora.

Somos nesta página um poema,
Que a madrugada nos inspira.
Somos num só um grande drama,
Versos doces em quimera.

Na cama teu corpo o meu reclama,
Da vontade em verdade se apura.
Na loucura que é somente gama,
A dor da solidão, que logo cura.

Nas madrugadas a gente se ama,
Com todas as nossas frescuras.
Neste fogo que já nos queima,
Dando vida as nossas loucuras.

Assim o amor sempre nos chama,
Nos banhando na nossa ternura.
Espalhando no ar o nosso aroma,
Nessa paixão que nos transfigura.

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



sexta-feira, 12 de junho de 2020

Onde está o seu amor


Onde está o seu amor?

Onde está o meu amor?
Não sei, te juro, não sei.

Onde está a sua amada?

Onde está a minha amada?
Sabe, te responder não saberei.

Onde está o seu amor?

Quem sabe onde estar o amor.
Talvez, na linha de um verso.

Onde está a sua amada?

Ora, quem saberá onde estará?
Escondida, num poema qualquer.

Onde estará então o amor?

Aaah, ai eu me arrisco a responder.
O amor está aqui, ali, lá e acolá.

Mas, aonde está o amor?

O amor está no seu olhar,
Pode está também no seu sorrir.

 Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 8 de junho de 2020

Eu não sei

Eu nasci e fui abandonado,
Fui na rua jogado.
Não terei origem e nem passado.

Qual pecado eu cometi?
O de chorar ou o de viver?
São resposta que eu não sei.

Me encontraram numa caixa,
Sem manto sem nada.
Só um manto de formiga envolvia-me.

Crueldade ou pura maldade?
Essa também eu não sei.
Talvez tenha sido desespero.

O meu furo? É incerto e prematuro.
Não tenho pai, não tenho mãe.
Até o momento, só o carinho estranho.

Autor: Joabe Tavares de Souza - Joabe o Poeta.


segunda-feira, 1 de junho de 2020

Aquele teu olhar


Aquele teu olhar,
Que derruba a minha insegurança.
Aquele teu olhar,
Que me traz a doce esperança.

Vem meu grande amor me abraçar,
O meu corpo pede o teu calor.
Vem com o feitiço daquele teu olhar,
Que acende o nosso amor.

Se fazendo maduro com aquele teu olhar,
Tentando ser racional com o coração.
Esquecendo-se que nesta arte de amar,
O que prevalece é o poder da sedução.

Que você junto comigo,
Descubra o desejo daquele teu olhar.
Serei um fiel amigo,
Não deixarei que nada possa te machucar.

Onde segura posso sonhar,
Com o encanto que há naquele teu olhar.
Onde de mãos dadas a caminhar,
Pela praia sobe a luz das estrelas e do luar.

Eterna raridade,
Que se ver ao olhar.
Nessa bondade,
Que o faz brilhar.

Fico a andar pela cidade,
Sempre a imaginar,
De onde vem por caridade,
A doçura deste teu olhar.

Com gosto de amizade,
Nesta ternura no olhar.
Sem qualquer vaidade,
No jeito de abraçar.

Nos teus olhos vejo cor,
E um mundo de amar.
A me guiar por onde for,
Aquele teu olhar.

Que teus olhos era a luz do caminho,
Que ilumina meus escuros pensamentos.
Aquele teu olhar que produz carinho,
Nos meus tristonhos e cruéis momentos.

Desses seus olhos tentação,
De ver chegar o fim da ciranda.
Aquele teu olhar chorão,
Gasta gotas na triste despedida.

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 25 de maio de 2020

Desmiolada


Descabelada,
Descontrolada.
Quero você assim,
Todinha pra mim.

Desajeitada,
Desarrumada.
Te quero assim,
Toda só pra mim.

Desengonçada,
Destrambelhada.
Quero você assim,
Todinha pra mim.

Desastrada,
Desatentada.
Te quero assim,
Toda só pra mim.

Desavisada,
Desmiolada.
Eu te amo sim,
Todinha assim.

Desejada,
Desatinada,
Toda assim,
Eu amo assim.

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.



segunda-feira, 18 de maio de 2020

Fantasia Rasgada


Vivemos ultimamente aqui no Brasil,
Um carnaval politico com bela festa comprada.
Na mistura de amarelo e verde anil,
Onde se ver o nu do golpe na fantasia rasgada.

Até que se rasgue a fantasia,
De cachorros grandes que não ficaram na carrocinha.
Os viras latas se angústia.
Nas sobras pelas ruas da miséria onde se faz colchinha.

Não vai sobrar nem saudade,
Dos tempos difíceis que vivendo.
Rasgas as mascaras da maldade,
E segue o povo sempre lutando.

Com garras vamos mudar nossa nação,
Mesmo com a decepção da fantasia rasgada.
Com paz esperança e amor no coração,
Faremos deste martírio mais uma pagina virada.

Fantasia rasgada e ausente?
Não, as caras dos canalhas estão nuas.
E agora com intervenções,
Aaah brasil renegado de bundas prostitutas.

De barriga vazia com dores,
É exatamente o que eles querem.
Ai as caças vão aos caçadores,
Planos perfeitos, então não errem.

Não nos deixando de barriga vazia,
E nem nos faça mais sacanagem.
Por favor, chega dessa sua folia,
Rasguem as fantasias, e agem.

E lancem á pátria toda sua garra,
Mostre o seu sangue verde e amarelo.
Chega de vermos sentados a farra,
Dos que usam mascaras em seu duelo.

Por tudo o que lhe foi omitido...
Com sangue derramado,
Fico lá no colo do passado.
No fim, a fantasia vai sumindo.

Autor: Joabe Tavares de Souza - Joabe o Poeta.



segunda-feira, 11 de maio de 2020

As rimas que costurei


Tudo que eu sei,
No pensar guardei.
Os amores que amei,
No peito gravei.

As marcas que deixei,
Pelos lugares onde andei.
Foram momentos que passei,
Pedacinho meu ali finquei.

As alegrias que vivenciei,
Foram as mesmas que cativei.
Os versos que eu costurei.
Nas linhas que eu te dediquei.

As rimas que aqui rimei,
Foram os desejos que sufoquei.
Com os sentir que combinei,
Nas palavras que eu já busquei.

De tudo que aqui esquadrinhei,
Nenhuma virgula eu não faltei.
Mas as coisas que eu desenhei,
Pelas as estradas os nós desatei.

Nos recados que te mandei,
Foram gritos de amor que gritei.
Dizendo que todo eu te dei,
Nas lágrimas que a ti aqui soltei.

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.