quarta-feira, 20 de novembro de 2013

É por quilo? Quanto vale?



Desde os primórdios de nossa história,
Somos mercadorias a pronta entrega
Temos as nossas próprias tabelas
Direitos? Só as mazelas
Quando não, as migalhas
E quando tentamos uma reaça
Pronto! Inicia-se a caçada
Assim vai virando aquela arruaça.
A cor da pele é ameaça
Quando não, é explorada
Gritam-se nas nossas praças
Alugo umas manadas
Por apenas trintas pratas
E seguem-se as negociatas
Eu pago vinte na lata
Feito, pode levar pra casa
Casa?! Não, vão pra senzala
Não quero cães na minha sala
Então vamos fazer a papelada
Pra que? Sou homem de palavra
Eu sei, mas é só por segurança
O acordo assim ganha pagina
Com algumas poucas clausulas
E a pena na tinta é molhada
E de comum acordo os nomes se deixa
No final da ultima inocente pagina
Que perante as leis são reconhecidas
Que por pura contraditória ironia
A vida na cor da pele é desconhecida
Poucos se importam com a dor e a agonia
Daqueles que nas suas origens foram disputas
Entregando a morte forçado em terras estranhas
Por apenas um misério prato de comida e água
Limpa? Não, na cabaça é mesmo salobra
Produzindo riqueza para a corte e seu monarca
Que viveram por um bom tempo na maior mamata
Se vestindo em ouro e comendo em prata
E sobre seus imundos lombos carregaram a copa
Do sangue inocente de nossa escura e guerreira raça
Depois das pressões o começo de uma nova era
Isabel a ‘’bondosa’’ princesa logo assina a lei áurea
E em praças publicas se proclamam a esperada alforria
Que os quilombolas tantos sonhavam e assim queria
 E os senhores e coronéis se viam as traças da falência
 Mas logo logo os estrangeiro para cá se migraria
Os italianos e em suas tendas as ciganadas
Hoje vivemos em novas reais esperanças
Mas ainda preconceito nos atormenta
Qual seria o remédio? A tão sonhada consciência.

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.


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